Há uns dias li uma notícia no SOL sobre drogas legais, dizia o seguinte: “constantemente surgem novas drogas. Muitas delas têm como princípios base substâncias legais, o que dificulta a detecção e proibição. Incensos, ambientadores e até anestesias e fertilizantes.” Imediatamente se levanta uma questão fundamental: A detecção, proibição e o carácter ilegal das drogas é a melhor maneira de controlar o consumo? No meu ponto de vista claramente que não, e admitindo que não é mesmo a melhor maneira, a ilegalidade acarreta um conjunto de implicações negativas em vários aspectos da sociedade, que poderiam ser dissolvidos com um simples progresso: Legalizar as drogas, as leves e as pesadas!
Penso que é consensual que o ser humano tem uma pré-disposição para a atracção pelo aquilo que é proibido - provavelmente um fenómeno cultural – e esse fenómeno contribui para o aumento do consumo, angariação de novos consumidores, crescimento do narcotráfico, fomenta a criminalidade e a corrupção.
O tráfico de droga produz lucros na ordem dos 80 %, muito provavelmente não existe, em lado algum, outro “negócio” que seja tão rentável. Quem trafica tem dinheiro, poder, e aquela ajuda corrupta nos pontos essenciais. Como combater este facto? O motor do tráfico é o lucro, logo, a institucionalização da venda (à escala mundial) iria reduzir desmedidamente esse lucro, os preços iriam cair, e a implementação de impostos no negócio da droga iria dificultar a ligação ao mundo do crime organizado, tornava o tráfico menos lucrativo e apetecível, e posteriormente também o consumo iria ter menos procura.
Com a institucionalização da venda, a droga seria vendida em locais especializados ou em farmácias, e traria outros benefícios tão ou mais importantes como o combate ao tráfico, o controlo sanitário seria implementado e diminuía o risco que o consumo provoca à saúde, esse controlo sanitário pura e simplesmente não existe com as drogas ilegalizadas, o contágio de doenças é muito mais provável com a situação actual.
O consumo de droga não deixará de ser condenado pela sociedade do ponto de vista moral - provoca graves problemas de saúde, físicos e psicológicos. Ao legalizar as drogas, a procura que existe, principalmente nos novos consumidores, que começam a consumir porque estão a fazer algo “ilícito”, e a adrenalina ou prazer emocional que a compra e o consumo poderão proporcionar, iria certamente diminuir com a legalidade.
É necessário que o debate apareça com maior regularidade, para que se espalhe todos os proveitos que a legalização das drogas traz consigo, quer do ponto de vista económico, criminal, e do consumidor. A rápida mentalização e aprendizagem das sociedades em relações a questões como esta faz com que sejam inovadoras e que tenham poder de antecipação a nível internacional, em períodos em que as economias não prosperam há que procurar evoluir socialmente.
Francisco Esteves
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